sexta-feira, 26 de junho de 2009

S I L Ê N C I O

Numa das minhas idas frequentes ao Hospital, enquanto aguardava na sala de espera, fui observando à minha volta e deparei com a palavra "SILÊNCIO" escrita a metal e fixada numa porta, que já conheceu dias melhores. Resolvi então brincar com a palavra :

Suaves
Incursões na vida.

Lembranças do destino.
Efervescência
Na alma

C
alor no espírito.

Insanidade

O
u obliquidade ?

dez/06


domingo, 21 de junho de 2009

NUM DIA DE VERÃO

Como quem num dia de Verão abre a porta de casa
E espreita para o calor dos campos com a cara toda,
Às vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa
Na cara dos meus sentidos,
E eu fico confuso, perturbado, querendo perceber
Não sei bem como nem o quê...
Mas quem me mandou a mim querer perceber?
Quem me disse que havia que perceber?

Quando o Verão me passa pela cara
A mão leve e quente da sua brisa,
Só tenho que sentir agrado porque é brisa
Ou que sentir desagrado porque é quente,
E de qualquer maneira que eu o sinta,
Assim, porque assim o sinto, é que é meu dever senti-lo...

Fernando Pessoa (Alberto Caeiro)